Teste de vácuo em autoclaves: O que é e porque é importante?
Conheça a importância e o procedimento do teste de vácuo em autoclave para garantir uma esterilização eficaz e segura. Leia o artigo para obter todas as informações essenciais.
O teste de vácuo num autoclave é um procedimento fundamental para garantir a integridade hermética da câmara e do sistema de tubagens de um autoclave, bem como para verificar o correto funcionamento do sistema de vácuo do equipamento.
Esta avaliação submete o autoclave a condições de vácuo, medindo a perda de vácuo ao longo do tempo. Neste artigo, explicaremos o que este teste avalia, o seu procedimento e funcionamento, e quando é recomendada a sua realização, com base nas melhores práticas e normas da indústria.
A importância do desempenho correto do sistema de vácuo de um autoclave
Para que a esterilização em autoclave seja eficaz, é essencial que o vapor entre em contacto com todas as superfícies a esterilizar. Isto deve-se ao facto de o vapor, sendo o agente esterilizante, transferir a sua energia por condução e por condensação, ou seja, ao passar do estado gasoso para o estado líquido. Por conseguinte, é essencial que nada bloqueie o acesso do vapor às superfícies a esterilizar. Por esta razão, é crucial assegurar a criação de um vácuo de qualidade antes de gerar vapor.
Se o ar não for devidamente removido da câmara, o azoto e outros gases presentes no ar atuam como uma barreira isolante entre o vapor e o objeto a esterilizar, comprometendo assim a eficácia do processo de esterilização.
O que é que o teste de vácuo avalia?
O principal objetivo do teste de vácuo é verificar a estanquicidade da câmara e do sistema de tubagens do autoclave, assegurando que não existem fugas de ar que possam comprometer o processo de esterilização. Este teste é crucial para confirmar que a câmara de esterilização está perfeitamente selada, ou seja, que não existe uma diminuição inexplicável do nível de vácuo. Isto ajuda a identificar possíveis avarias no funcionamento da bomba de vácuo, a estanquicidade das eletroválvulas, a presença de fugas de ar no vedante da porta ou nas ligações dos tubos e também se os valores de vácuo definidos pelo fabricante foram atingidos.
Durante o ensaio, o autoclave é sujeito a um ciclo de vácuo e é medida a quantidade de vácuo perdido durante um período especificado. Um ciclo típico inclui três impulsos de vácuo, seguidos de um tempo de latência de 15 minutos num vácuo profundo. No final do teste, a taxa de fuga é medida em unidades como kPa/min, mbar/min ou mmHg/min. A maioria das normas da indústria estabelece que uma taxa de fuga aceitável é de 1 mmHg/min ou menos.
Procedimento e funcionamento do ensaio de vácuo
O procedimento para realizar um teste de vácuo inclui várias etapas para garantir a precisão e a fiabilidade dos resultados. Geralmente, qualquer autoclave com pré-vácuo vem de fábrica com o programa específico para efetuar este teste na memória de programas. Para efetuar o teste, deve seguir os passos seguintes:
- Preparação: O autoclave deve estar vazio e limpo. Todos os acessórios amovíveis, quer sejam tabuleiros, prateleiras ou suportes, devem ser retirados para não interferirem com o teste.
- Início do ciclo: O programa do ciclo de ensaio de vácuo correspondente é executado. O autoclave deve começar por efetuar três impulsos de vácuo, retirando o ar do sistema e permitindo que este regresse à pressão atmosférica, repetindo este processo três vezes.
- Tempo de espera: Após os três impulsos de vácuo, o autoclave mantém um vácuo profundo durante 15 minutos. Durante este período, a perda de vácuo é quantificada.
- Resultados: No final do ciclo, o autoclave apresenta a taxa de fuga. Este resultado é comparado com as normas da indústria ou com os critérios específicos do utilizador para determinar se o autoclave passa ou não no teste.
Como pode ver, o resultado correto deste procedimento é essencial para garantir que o autoclave funciona corretamente e pode realizar ciclos de esterilização a vácuo eficazes.
Quando é que o teste de vácuo é recomendado?
A frequência com que o teste de vácuo deve ser efetuado depende dos procedimentos operacionais normalizados (SOP) de cada laboratório e da tolerância ao risco de cada instalação. Não é surpreendente que as instalações que esterilizam instrumentos cirúrgicos, laparoscópicos ou dentários tenham uma periodicidade muito mais curta para a realização deste teste de controlo do que um laboratório de microbiologia escolar. No entanto, a realização regular deste teste é importante, uma vez que fornece provas da integridade estrutural do autoclave e do seu sistema de vácuo.
Embora qualquer autoclave de qualquer fabricante seja calibrado e verificado na fábrica, é essencial validar periodicamente o funcionamento correto dos autoclaves com pré-vácuo através deste teste. Esta validação inclui não só o teste de vácuo, mas também outros testes operacionais, como o teste Bowie-Dick, testes de esporos ou a fita de controlo de esterilização. A realização de testes regulares é essencial para manter um controlo rigoroso do processo de esterilização.
Para além da frequência determinada pelos SOP de cada laboratório, é aconselhável efetuar o teste de vácuo após qualquer reparação, manutenção ou substituição do vedante do autoclave. Estas situações podem afetar o desempenho do equipamento e um teste de vácuo ajuda a verificar se tudo está a funcionar corretamente.
Em resumo, o teste de vácuo é uma parte crucial da manutenção e validação de autoclaves com sistemas de vácuo. A sua conformidade garante o funcionamento ótimo deste equipamento, assegurando assim a eficiência do processo de esterilização e a segurança dos produtos esterilizados.